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OS MAIAS

— ­Á tua, Thomaz!

Abraçaram-se. Alencar jurou que ainda na vespera, em casa de D. Joanna Coutinho, elle dissera que não conhecia ninguem mais scintillante que o Ega! Ega affirmou logo que em poemas nenhuns corria, como nos do Alencar, uma tão bella veia lyrica. Apertaram-se outra vez, com palmadas pelos hombros. Trataram-se de irmãos na arte, trataram-se de genios!...

— ­São extraordinarios, disse Craft baixo a Carlos, procurando o chapéo. Desorganisam-me, preciso ar!...

A noite alongava-se, eram onze horas. Ainda se bebeu mais cognac. Depois Cohen sahiu levando o Ega. Damaso e Alencar desceram com Carlos — ­que ia recolher a pé pelo Aterro.

Á porta, o poeta parou com solemnidade.

— ­Filhos, exclamou elle tirando o chapéo e refrescando largamente a fronte, então? Parece-me que me portei como um gentleman!

Carlos concordou, gabou-lhe a generosidade...

— ­Estimo bem que me digas isso, filho, porque tu sabes o que é ser gentleman! E agora vamos lá por esse Aterro fóra... Mas deixa-me ir alli primeiro comprar um pacote de tabaco...

— ­Que typo! exclamou Damaso, vendo-o affastar-se. E a cousa ía-se pondo feia...

E immediatamente, sem transição, começou a fazer elogios a Carlos. O sr. Maia não imaginava ha quanto tempo elle desejava conhecel-o!

— ­Oh senhor...