a bordo d’um brigue americano. Tempos depois um certo Silva, procurador da casa de Taveira, que o conhecera nos Açores, estando na Havana a estudar a cultura do tabaco que os Taveiras queriam implantar nas Ilhas encontrára lá o Monforte (que verdadeiramente se chamava Forte) rondando pelo caes, de chinellas de esparto, á procura de embarque para a Nova-Orleans. Aqui havia uma treva na historia do Monforte. Parece que servira algum tempo de feitor n’uma plantação da Virginia... Emfim, quando reappareceu á face dos céos commandava o brigue Nova Linda, e levava cargas de pretos para o Brazil, para a Havana e para a Nova Orleans.
Escapara aos cruzeiros inglezes, arrancára uma fortuna da pelle do africano, e agora rico, homem de bem, proprietario, ia ouvir a Corelli a S. Carlos. Todavia esta terrivel chronica, como dizia o Alencar, obscura e mal provada, claudicava aqui e além...
— E a filha? perguntou Pedro, que o escutara, serio e pallido.
Mas isso não o sabia o amigo Alencar. Onde a arranjara assim tão loira e bella? Quem fôra a mamã? Onde estava? Quem a ensinara a embrulhar-se com aquelle gesto real no seu chale de Cashmira?...
— Isso, meu Pedro, são
mysterios que jámais poude Lisboa
astuta devassar e só Deus sabe!
Em todo o caso quando Lisboa descobriu aquella legenda de sangue e negros, o enthusiasmo pela Monforte