agora os passaros. A quinta, fresca e lavada, verdejava ao sol. O grande Terra-nova do Craft pulava em roda d’elles.
— Doe-te a cabeça, Ega? perguntou Craft.
— Não, respondeu o outro, acabando de abotoar o paletot. Eu hontem não estava bebado... O que estava era fraco.
Mas, ao entrar para o coupé, fez, com um ar profundo e philosophico, esta reflexão:
— O que é a gente beber bons vinhos... Estou como se não fosse nada!
Craft recommendou que se houvesse novidade, lhe mandassem um telegramma; fechou a portinhola, o coupé partiu.
Durante a manhã não veiu telegramma á quinta; e quando Craft appareceu na Villa Balzac, onde uma carruagem de Carlos esperava á porta, já escurecera, duas vélas ardiam na triste sala verde. Carlos, estirado no sophá, dormitava, com um livro aberto sobre o estomago: e Ega passeiava d’um lado para outro, todo vestido de preto, pallido, com uma rosa na botoeira. Tinham estado alli na sala, n’aquella sécca, esperando todo o dia as testemunhas do Cohen.
— Que te dizia eu? Não ha nada, nem podia haver, murmurou Craft.
Mas Ega, agora agitado de idéas negras, temia que elle tivesse assassinado a mulher! O sorriso sceptico de Craft indignou-o. Quem conhecia melhor o Cohen do que elle? Sob a apparencia burgueza, era