o guardanapo, a sua batina coçada luzia nas pregas das mangas.
Então Affonso, sorrindo ternamente, fez a ultima saude.
— Viva v. s.ª, snr. Carlos de Matta-sete!
— Sr. Vôvô! dizia o pequeno escorropichando o copo.
A cabeçinha de cabellos negros, a velha face de barbas de neve, saudavam-se das extremidades da mesa — em quanto todos sorriam, no enternecimento d’aquella cerimonia. Depois o abbade, de palito na bocca, murmurou as graças. A Viscondessa, cerrando os olhos, juntou tambem as mãos. E Villaça que tinha crenças religiosas não gostou de vêr Carlos, sem se importar com as graças, saltar da cadeira, vir atirar-se ao pescoço do avô, fallar-lhe ao ouvido.
— Não senhor! não senhor! dizia o velho.
Mas o rapaz, abraçando-o mais forte, dava-lhe grandes razões, n’um murmurio de mimo dôce como um beijo, que ia pondo na face do velho uma fraqueza indulgente.
— É por ser festa, disse elle emfim vencido. Mas veja lá, veja lá...
O rapaz pulou, bateu as palmas, agarrou Villaça pelos braços, fêl-o redemoinhar, e foi cantando n’um rythmo seu:
— Fizeste bem em vir, bem, bem, bem!... Vou buscar a Therezinha, inha, inha, inha!
— É a noiva, disse o avô, erguendo-se da mesa. Já tem amores, é a pequena das Silveiras... O café para o terraço, Teixeira.