14 : OS VILHANCICOS :
musical dever-se-lhes há atribuïr igualmente a parte literária, melhor ou peior, enfim, consoante os méritos de cada qual? Para alguns o facto é fóra de dúvida. No Catálogo do rei D. João IV, atrás citado, lá aparecem os nomes de Fr. Francisco de Santiago e de Estevam de Brito; que vemos figurar por outro lado na Biblioteca de Barbosa Machado. Bastas vezes a letra não seria senão um mero pretexto para a composição artística, de simples solfejo, de instrumental ou canto. Era nesta que se pretendia revelar a posse da arte do órgam e do canto dando satisfação ao gôsto das multidões, que encontravam pábulo suficiente nas Ordens Religiosas, onde se fundou e desenvolveu a paixão pela música, muito antes de D. João V mandar vir da Itália numerosos cantores profissionais.
Claramente, as duas musas não eram incompatíveis e quando a História bibliográfica indica os nomes dos que neste campo renderam culto à poesia difícil é dizer se estes deixaram a outros a tarefa de criarem a música respectiva. Socorrendo-nos do trabalho do ilustre Abade de Sever podemos apontar:
ANJOS — Fr. Dionísio dos — da Ordem de S. Jerónimo, cujo Instituto professou a 6 de Janeiro de 1656, vindo a falecer a 16 do mesmo mês de 1709. Exímio tocador de arpa e de viola. Foi