O que mais admira nesta suprema conjunctura é como de um povo pacifico, commerciante e dado ás artes, se fez de repente (tal foi a potente indignação do brio nacional ultrajado) um exercito de heroes, uma nação de guerreiros!
A’ frente de todos os cidadãos, e por consequencia á frente de todos os soldados, está o Chefe da Nação.
Na hora do maior perigo, abandonando as mais santas affeições de sua alma, e vestindo a farda popular de voluntario da patria, foi acampar nas fronteiras do Imperio, dizendo ao seu exercito que o recebeu delirante de enthusiasmo :
« O meu posto é aqui ! »
O Sr. D. Pedro II, quando não tivesse mostrado em todos os actos de sua existencia, por suas virtudes e sabedoria ser um dos primeiros monarchas do mundo, bastava-lhe este acto de coragem civica e dedicação sublime para o tornar o vulto mais sympathico e grandioso dos primeiros tempos do Imperio !
Prestando-lhe esta homenagem sincera de respeito e justa admiração, será o seu retrato o primeiro que abrilhantará a nossa galeria, seguindo-se-lhe depois os dos Principes, seus Augustos Genros, e finalmente os de todos os Brazileiros que nesta campanha immortal, fosse qual fosse a sua ascendencia ou posição, souberão lutar ou morrer como heroes, sustentando a honra do pavilhão nacional.
Terminaremos repetindo ainda as palavras do grande poeta francez: « Pessoa alguma póde responder por finalisar o que começou; nem um momento de continuação certa se pode assegurar á obra esboçada; solução de continuidade é a missão do homem: porém é licito mesmo ao mais fraco ter uma boa intenção e declara-la.
« Ora, a intenção deste trabalho é boa.»
O mesmo dizemos nós, e de certo o confirmará o publico