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Página:Os trabalhadores do mar.djvu/218

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O armeiro abaixou a voz.

— Ouça, Parisiense. Aproveite a occasião. Desfaça-se disto. Isto para vocês não vale nada. Chama a attenção.

— Na verdade, disse Parisiense, é um tanto vistoso. É melhor para um burguez.

— Quer cinco luizes?

— Não, seis. Um por cada buraco.

— Pois bem, seis napoleões.

— Quero seis luizes.

— Não é bonapartista. Prefere um luiz a um napoleão?

Parisiense sorrio.

— Napoleão é melhor, disse elle, mas luiz vale mais.

— Seis napoleões.

— Seis luizes. É para mim uma differença de oitenta francos.

— Então não fazemos nada.

— Pois sim. Guardo o revolver.

— Guarde.

— Abater o preço! pois não! não se dirá que eu me desfiz sem mais nem menos de uma invenção destas!

— Então, boa noite.

— É um progresso sobre a pistola, que os indios chesapoakes chamam Nortay-u-Hoh.

— Cinco luizes á vista, é ouro.

— Nortay-u-Hoh, quer dizer espingarda pequena. Muitas pessoas ignoram isto.

— Quer cinco luizes e mais um escudo?

— Eu já disse que custa seis.