agudos costuma vir um entorpecimento. Debaixo desse peso de tristeza Lethierry adormeceu.
Ficou cerca de duas horas com as palpebras fechadas, dormindo pouco, sonhando muito, febril. Esses torpores cobrem um obscuro e fatigante trabalho do cerebro. Pela meia noite, um pouco antes, ou um pouco depois, Lethierry sacudio o adormecimento. Acordou, abrio os olhos, a janella estava em frente á maca, vio uma cousa extraordinaria.
Havia uma forma diante da janella. Forma inaudita. O cano de um vapor.
Mess Lethierry levantou-se de um salto. A maca oscilou, como se fosse abalada pela tempestade. Lethierry olhou. Havia na janella uma visão. O porto illuminado pela lua reflectia-se nos vidros, e no meio do luar, e, proxima á casa, surgia uma soberba forma recta, redonda e negra.
Era um tubo de machina.
Lethierry precipitou-se para fora da maca, correu á janella, levantou a vidraça, inclinou-se e reconheceu.
O cano da Durande estava diante delle.
Estava no lugar do costume.
As quatro correntes prendiam o cano á borda de um barco dentro do qual distinguia-se uma massa de fórma complicada.
Lethierry recuou, voltou as costas á janella e cahio assentado na maca.
Voltou-se outra vez e vio a mesma visão.
Um momento depois, apenas o espaço de um relampago, estava elle no cáes com uma lanterna na mão.
Á velha argola onde se prendia a Durande estava