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Página:Osmîa - tragedia de assumpto portuguez, em cinco actos (1788).pdf/15

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Seu amigo fizeſſe. O ſangue, a vida
Darei por te ſalvar d'huma ignominia.
Fiz quanto eſtava em mim por diſſuadillos
Do receio que vaõ me parecia ;
Mas agora vacillo: Reflexiona
Com tempo t'acautela e ſe a piedade
Teu coraçaõ ſoborna, vê que a gloria,
Com grito reforçado, por ti chama.
Deſperta, quebra os laços, e tu meſmo
De ti meſmo triunfa, ſe és Romano. [1]

SCENA III.
Lelio ſó.

Lelio. MAnlio, detem-te, eſcuta. . Naõ me attende.
A rigidez herdada lhe enfurece
O nobre coraçaõ... Ah! vam ſoberba.
Naõ zêlo virtuoſo o faz ſevéro...
Mas as Leis... e que Leis ? que eſtravagancias?
Nacional, Eſtrangeira, eſcrava, ou livre...
Que póde iſſo influir na Natureza?...
Oh! Ceos, e onde me leva a paxaõ crúa
Que eſta alma me devóra? Mil chiméras
Me manda o coraçaõ ao penſamento
Saõ delirios, ſaõ furias... Chara Oſmîa!...
E devo ſer eu meſmo quem te entregue
Aos barbaros caprichos do Senado ?
Naõ, naõ: naõ farei tal... E como ſabe
A trópa que te adoro?.. Já no campo
Talvez conſtou que o Turdetano traje
Pela Romana pompa tem trocado?...
Ou o ſaibaõ ou naõ: E quantas luzes
Deſta ſimples mudança alcançar poſſo?

Ve-


  1. Parte Manlio.