Saltar para o conteúdo

Página:Osmîa - tragedia de assumpto portuguez, em cinco actos (1788).pdf/69

Wikisource, a biblioteca livre
(59)


D' opprobrios immortaes... ſe eu conſeguiſſe
O Eſpoſo inda abrandar? porém nem vêllo
Me ſerá concedido. A procurallo
Sem tino torno aqui: o tempo foge,
E de Lelio o fatal encontro eu temo.
Ah! que ſinto rumor: Oh! Ceos! o ſuſto
Mil chimeras me finge. Qualquer ſopro
Com que o vento ſacode eſte arvoredo
Me faz crer, que de Lelio a voz eſcuto.
Onde hum Deos acharei, hum Deos benigno,
Que algum meio me inſpire de ſalvar-me
Do tranſe abominavel. Ah! que hum vulto...
As armas lhes centillaõ: Sim he elle!..
Momento tenebroſo! [1]

SCENA V.
OSMÍA, MANLIO e PROBO, que ſe retira ao aceno do QUESTOR.
 

Probo. MAnlio, chega;
Oſmia tens alli: vens a bom tempo.

Manlio. [2] Princeza!

Oſmîa. [3] (á parte) Reſpiremos, que pertendes?

Manlio. Venho a propor-te, Oſmîa, que te deixes
Dominar da razaõ, e que contente
De levar a teus Póvos o triunfo
Dos corações Romanos, te retires.

Oſmîa. Romano, eſſa linguagem naõ percebo.
Sei que meus Póvos querem reſgatar-me;
Sei que Lelio o permitte, e que ſó pende

H ii
Da

  1. Vem para a boca do Theatro na acçaõ da mais expreſſiva amargura.
  2. Despede Probo.
  3. Oſmîa vendo que naõ he o Pretor, ſe deſaffoga.