pessoa viva do grande doutor cristão. A ilusão foi tão completa que lhe pareceu ver o santo estender-lhe as mãos, e nelas as notas do sonho, aquelas notas largas e frescas.
Imagina essa noite de 21 e a manhã de 22. Não chegou ao cartório sem passar pela igreja da irmandade e entrar outra vez nela. A razão que deu a si mesmo foi saber se a gente local trataria a sua instituição com o zelo do princípio. Achou lá o sacristão, um velho zeloso que veio para ele com a alma nos olhos, exclamando:
— Vossa senhoria por aqui!
— Eu mesmo, é verdade. Passei, lembrou-me saber como é aqui tratado o meu hóspede.
— Que hóspede? perguntou o sacristão sem entender a linguagem figurada.
— O meu velho S. Bernardo.
— Ah! S. Bernardo! Como há de ser tratado um santo milagroso como ele é? Vossa Senhoria veio à festa deste ano?
— Não pude.
— Pois esteve muito bonita. Houve muitas esmolas e grande concorrência. A mesa foi reeleita, sabe?
Coimbra não sabia, mas disse que sim, e sinceramente achou que devia sabê-lo; chamou-se descuidado, relaxado, e voltou para a imagem olhos que supôs contritos e pode ser que o fossem. Ao sacristão pareceram devotos. Também