Página:Papeis avulsos.djvu/161

Wikisource, a biblioteca livre

de ser tudo isso, e mais alguma coisa, apresento-lhe os meus respeitos.

- Como ela tem graça para dizer as coisas! Comentou D. Benedita olhando para a filha.

Eulália sorriu sem convicção. Sentada na cadeira fronteira à mãe, ao pé da outra ponta do sofá em que estava D. Maria dos Anjos, Eulália dava à conversação das duas a soma de atenção que a cortesia lhe impunha, e nada mais. Chegava a parecer aborrecida; cada sorriso que lhe abria a boca era de um amarelo pálido, um sorriso de favor. Uma das tranças, - era de manhã, trazia o cabelo em duas tranças caídas pelas costas abaixo, - uma delas servia-lhe de pretexto a alheiar-se de quando em quando, porque puxava-a para a frente e contava-lhe os fios do cabelo, - ou parecia contá-los. Assim o creu D. Maria dos Anjos, quando lhe lançou uma ou duas vezes os olhos, curiosa, desconfiada. D. Benedita é que não via nada; via a amiga, a feiticeira, como lhe chamou duas ou três vezes, - "feiticeira como ela só".

- Já?

D. Maria dos Anjos explicou que tinha de ir a outras visitas; mas foi obrigada a ficar ainda alguns minutos, a pedido da amiga. Como trouxesse um