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Página:Paquita; poema em XVI cantos, Bulhão Pato, 1894.djvu/42

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PAQUITA

É verdade tambem que a formosura
—E perdoem se a faço vingativa—
Tantas vezes se paga com usura
Do custo d'uma lagrima furtiva!...
Tantas vezes, meu Deus! que não sabemos
Se a derrama por fraca ou por altiva!


Porém, seja o que for, sempre encantada
Transparece nos olhos da donzella,
Como orvalho de fresca madrugada
Na mosqueta bravia alva e singela.
Ponto. Começo emfim tomando o fio
Da longa historia, que vai ser narrada.


Paquita era a expressão de quanto ha bello:
Andaluza de lei, alta e morena,
A cintura um annel, negro cabello,
Sorriso tentador, bocca pequena,
E d'essa pallidez com que nos pintam
Os beatos a martyr Philomena.