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Página:Paquita; poema em XVI cantos, Bulhão Pato, 1894.djvu/50

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PAQUITA

É no baile, passando arrebatada
No voltear da valsa delirante,
Com a fronte de joias coroada,
Quando nos braços venturoso amante
O seu corpo gentil convulso aperta,
E ella corre feliz, bella, inspirada?


Nesse instante seduz, fascina, inflamma,
Resplendente de graça e gentileza,
Falla á imaginação; mas não derrama
Nos sentidos aquella morbidezza
Com que ás vezes a vida nos encanta
A suprema creação da natureza.


Responda-me o leitor sinceramente:
Quando sobre um sophá commodo e fofo
Se reclina a mulher languidamente,
E ao pezo range o variegado estofo;
Quando a vista descobre ávida o seio
Arfando sob a tela transparente;