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Página:Paquita; poema em XVI cantos, Bulhão Pato, 1894.djvu/68

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PAQUITA

Se o prisma enganador da juventude,
Que aos olhos d'alma nos reflecte o mundo
Como um eden d'amor e de virtude,
Não trouxesse depois descrer profundo,
Quando se rompe, desfazendo o enlevo
Que a razão por instantes nos illude,


A vida então... Emfim seja cortada
Esta verba de idéas mal seguras.
Quebram-se os lances; fica a acção parada,
Destroe-se a mise-en-scène das figuras,
Quando na parte principal do drama
Se demora o autor em conjecturas.


Mais um momento, e ficarão perdidos!
O derradeiro adeus em vão procura
Sair d'aquelles peitos opprimidos
De saudade, d'angustia, e d'amargura!
Adeus! palavra que nos labios d'ella
Se não profere, expira entre gemidos!