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PAQUITA
Byroniano cultor d'uma poesia,
Soturna como a lampada, que o templo
De luz incerta e debil alumia,—
Quantas vezes attonito contemplo
As obras de teu genio transcendente,
Quando chegam a ver a luz do dia!
Chefe da situação—vês que eu alludo
Á situação das lettras, nada mais—
O que a mim me arrebata sobre tudo
É ver a perfeição com que tu vais
Disciplinando em pelotões a rima,
Quando sóltas teus cantos immortaes!
Se um dia calculares a influencia
Que pode ter na ardente mocidade,
Tão cheia d'illusões e d'innocencia,
Saber que, descarnando a sociedade,
E sondendo as paixões, só tens achado
Que não vale um real esta existencia!...