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Página:Parnaso Sergipano (Volume 1).pdf/50

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sylvio roméro



Não és tu a patria dos grandes Andradas
Na voz de tribunos plantando as cruzadas
Em prol dos teus fóros negados em vão ?
Não és o guerreiro, que as hostes imigas,
Na guerra amestradas, sem custo profligas,
Vencendo os valentes de Ormuz e Ceylão ?

Imperio orgulhoso; soberbo e gigante,
Não pares, caminha, caminha adiante,
Com os olhos no Throno cercado de luz,
Não durmas, nem tremas, não curves o cóllo,
Que a turba, que passa por sobre o seu sólo,
São fortes, são livres, são filhos da Cruz.

E tu, Mocidade, phalange animada,
Que fazes o encanto da patria adorada,
Que além te reserva brilhante porvir;
Consagra os teus dias, teus hymnos à gloria
Da terra dos bravos de eterna memoria,
Que a fronte de louros terás de cingir.

Não vês que rutila por sobre as montanhas
O sol de setembro de glorias tamanhas,
Mostrando a alvorada de um bello existir?
Não ouves no pico das serras o grito
Maior do que as molles vetustas do Egypto,
Maior do que o mundo, maior que o porvir?

E o echo das serras proclama a verdade,
Que o filho das mattas bradou—liberdade !—
Do Prata ao Amazonas retumba essa voz.
Quebraram-se os élos da injusta cadeia,
São livres os povos, domina-os a idéa,
Mimoso legado de nossos avós !

E os labios dos bravos, ardentes de gloria,
Prorompem nos hymnos da excelsa victoria,
Que os filhos de Lisia fizeram tremer !