Página:Parnaso Sergipano (Volume 1).pdf/56

Wikisource, a biblioteca livre
28
SYLVIO ROMÉRO



Rainha do dia, a aurora
E’ doce vel-a no mar,
Deixando o horizonte
Por entre a neblina,
Delgada cortina
Que a fronte
Descora
Das flores do ar.

Linda concha—a barca bella
Deixemos solta correr.
Oh ! vem comigo, donzella,
No mar de amores viver.



O céo se anila nas agoas,
E’ oiro o sol à fulgir :
A viva ardentia
Do astro brilhante
Convida o amante,
Que ancia
De magoas,
Venturas fruir.

Linda concha—a barca bella
Deixemos solta correr.
Oh ! vem comigo, donzella,
No mar de amores viver.



A lua tem sua origem
No seio escuro do mar :
São doces seus raios
Batendo luzentes
Nas vagas trementes,
Desmaios
De virgem
Que vive a scismar.