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Página:Parnaso mariano (1890).djvu/24

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XVI

baseada na tradição nacional. Em todas as epochas os melhores poetas portuguezes afinaram as suas lyras em honra da religião christã, e o assumpto que se lhes tornou mais grato foi sempre o elogio da Virgem Maria. Não ha nisto que admirar: digam o que disserem os espiritos que se chamam fortes, em questão de affecto não têem nada que ver: «Le coeur a ses raisons que la raison ne comprend pas». E este pensamento profundo de Pascal é uma grande verdade.

«Sem seguir nunca a ordem chronologica ir-lhe-ei remettendo successivamente umas ou outras poesias, acompanhadas de algumas linhas que digam respeito a seus auctores. D’esta maneira os que lerem, embora conheçam bem a nossa litteratura e seus ornamentos, acharão em breve compendio algumas ideias que sirvam de complemento natural a cada uma d’estas canções».

Prefacia este livro o nosso venerando amigo e consocio — o sr. Thomaz Blanc, sacerdote exemplar e litterato distincto; e sob tão respeitavel protecção não duvidamos aventurar o nosso livro aos mares da publicidade.

D’outro amigo nosso e illustre conterraneo, o dr. Augusto Rocha, conseguimos a venia de adornar este volume com a sua excellente producção, commemorativa do fallecimento do nosso benemerito patricio, Rodrigues de Gusmão.