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Alphonsus de Guimaraens
Por entre lirios e lilazes desce
A tarde esquiva: amargurada prece
Põe-se a lua a rezar.
A cathedral eburnea do meu sonho
Apparece na paz do céu tristonho
Toda branca de luar.
E o sino chora em lugubres responsos:
Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!
O céu é todo trevas: o vento uiva.
Do relampago a cabelleira ruiva
Vem açoitar o rosto meu.
E a cathedral eburnea do meu sonho
Afunda-se no cháos do céu medonho
Como um astro que já morreu.
E o sino geme em lugubres responsos:
Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!
Julho — 14, de 1914.