com palavras laboriosamente extrahidas dos classicos portuguezes e desentranhadas dos velhos diccionarios, o pluralismo cinematico de nossa epoca, é um anachronismo chocante, como se encontrassemos num Ford um tricornio sobre uma cabeça empoada, ou num torpedo a alta gravata de um dandy do tempo de Brummel. Outros tempos, outros poetas, outros versos. Como Nietsche, todos exigimos que nos cantem um canto novo.
A poesia « pau-brasil » é, entre nós, o primeiro esforço organisado para a libertação do verso brasileiro. Na mocidade culta e ardente de nossos dias, já outros iniciaram, com escandalo e successo, a campanha de liberdadé e de arte pura e viva, que é a condição indispensavel para a existencia de uma litteratura nacional. Um periodo de construcção creadora succede agora ás lutas da epoca de destruição revolucionaria, das « palavras em liberdade ». Nessa evolução e com os caracteristicos de suas individualidades, destacam-se os nomes já consagrados de Ronald de Carvalho, Mario de Andrade e Guilherme de Almeida, não falando nos rapazes do grupo paulista, modesto e heroico.