Que a despeito de tuas travessuras
De nosso amor me lembro com saudades.
Oh! recordemos antes as delicias
Que me déste a sorver; — as noites breves,
Que amparárâo com sombras tão propicias
Prazeres, que do tempo as azas leves
Depressa nos roubárão,
E d’elles só lembrança nos deixárão.
Ouvir dos labios teus hoje desejo
Doces palavras, que disseste outr’ora;
Quero mostrar-te n’um fervente beijo,
Que minha alma té hoje inda te adora.
Sobre os joelhos meus vem pois sentar-te,
Bem como outr’ora; — quero um só instante
Beijar-te o riso, e as graças contemplar-te...
Vê... minha fronte fervida, anhelante,
No doce afan de amor perdido o siso,
Inda nos seios morbidos descahe-te;
Cinge-me ao peito teu, dá-me um sorriso...
Toma este beijo, e vai-te...