E mostra ao longe fumegando os tectos
De alvergue hospitaleiro.
Pobre colono alegre te sauda,
Por ver em torno do singelo colmo
Sorrir-se vicejante a natureza,
Manso rebanho retouçar contente,
Crescer a messe, as flores desbrocharem;
E unindo a voz aos canticos da terra,
Aos céos envia sua humilde prece.
E o desditoso, que entre angustias vela
No inquieto leito soffrego volvendo-se,
Espia ancioso o teu fulgor primeiro,
Que lhe derrama nas feridas d’alma
Celeste refrigerio.
A ave canora para ti reserva
De seu cantar as mais suaves notas;
E a flôr, que expande o calix orvalhado
As extremes primicias te consagra
De seu brando perfume......
Vem, casta virgem, vem com teu sorriso,
Teus perfumes, teu halito amoroso,
Esta cuidosa fronte bafejar me;
Orvalho e fresquidão piedosa verte
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Aspeto
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