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Essa risonha verdura,
Esses bosques, rios, montes,
Campinas, flôres, perfumes,
Sombrias grutas e fontes?
De que servíra essa gala,
Que te enfeita, ó natureza,
Se adormecida jazêras
Em estupida tristeza?
Se não houvesse uma voz,
Que erguesse um hymno de amor,
Uma voz que a Deos dissesse
— Eu vos bemdigo, ó senhor!
Do firmamento nos ceruleos paramos
Sobre o dorso das nuvens balouçado,
Os olhos arroubados espraiando
Nos longes vaporosos
Dos bosques, das remotas serranias,
E dos mares na turbida planicie,
Cheio de amor contemplas
De Deos a obra tão formosa e grande,
E em melodico adejo então pairando