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Mote.
 
Logo que eu nasci no mundo,
Nascemos quatro n'um dia,
Nasci eu, nasceu desgraça
Tristeza, melancolia.


Ah! Marilia! o teu rigor
Pelo fado é inspirado,
Que sempre tem conspirado
Contra mim com bem rancor:
Cada vez com mais furor.
Lá sáe d'esse averno fundo
Algum mau genio immundo,
Que sem me perder de vista,
Me assentou na sua lista,
Logo que eu nasci no mundo!

Deste modo não estranho
Minha nova desventura;
Vivo triste, em amargura,
Meu soffrimento é tamanho,
Que de pranto o rosto banho,