Página:Poesias de Maria Adelaide Fernandes Prata offerecidas as senhoras portuenses (1859).pdf/37

Wikisource, a biblioteca livre
27
O Pastor.
 

Não tenho mais, que a chóça, que um rebanho
E vivo aqui feliz, pobre, olvidado;
Não possuo palacios, nem grandezas;
Mas a vida com paz tenho gozado:

Dos grandes o favor sem mendigar,
D'elles vivo distante, independente;
Quer se elevem ou caião, minha sorte
Nunca esteve da sua dependente:

Sem ambições, humilde, não receio
Os revéses do Fado caprichoso;
Só aspiro lograr d'uma pastora
O rosto encantador, dino, e formoso!