Página:Poesias eroticas, burlescas e satyricas.djvu/143

Wikisource, a biblioteca livre
sonetos
139


XXXIV

Não te crimino a ti, plebe insensata,
A van superstição não te crimino;
Foi natural, que o frade era ladino,
E esperta em macaquices a beata:

Só crimino esse heroe de bola chata,
Que na eschola de Marte inda é menino,
E ao falso pastor, pastor sem tino,
Que tão mal das ovelhas cura, e trata:

Item, crimino o respeitavel Cunha,
Que a frias petas credito não déra,
A ser philosopho, como suppunha:

Coitado! Protestou com voz sincera
Fazer geral, contrita caramunha,
Porém ficou peor que d’antes era!