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Página:Poesias eroticas, burlescas e satyricas.djvu/152

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XLIII

Dormia a somno solto a minha amada,
Quando eu pé ante pé no quarto entrava;
E ao ver a linda moça, que arreitava,
Sinto a porra de gosto alvoroçada:

Ora do rosto seu vejo a nevada
Pudibunda bochecha, que encantava;
Outr’hora nas mamminhas demorava
Soffrega, ardente vista embasbacada:

Porém vendo sair d’entre o vestido
Um lascivo pésinho torneado,
Bispo-lhe as pernas, e fiquei perdido:

Vai senão quando, o meu caralho amado
Bem como Enéas acordava Dido,
Salta-lhe ao pello, por seguir seu fado.