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Página:Poesias eroticas, burlescas e satyricas.djvu/32

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XVIII


Pouco tempo aturou de novo em casa
O cão, querendo logo a pelle forra,
Pois a puta co′a a crica toda em braza,
Nem q′ria comer, só queria porra:
Voou-lhe, qual falcão batendo a aza,
E o courão, sem achar quem a soccorra.
Em lagrimas banhada, accêza em furia,
Suspira de saudade, e de luxuria.

XIX


Courões das quatro partes do universo
De gallico voraz envenenados!
Se d′este canto meu, d′este acre verso
Ouvirdes por ventura os duros brados:
Era bando marcial, côro perverso.
Vinde vêr um cação dos mais pescados.
Vinde cingir-lhe os louros, e devotos
Beijar-lhe as azas, pendurar-lhe os votos.