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olinda a alzira

A doce inclinação, que dous amantes
Um ao outro consagram, desconheço.
Sim: dos homens a vista lisonjeira
É para mim; nenhum porém me prende;
Não sei se chamma interna me affogueia...

Amor isto será? Alzira, falla,
Falla com candidez á tua amiga;
Ensina-me a curar a funda chaga,
Que internamente lavra por mim toda.
D′estas agitações, que me flagellam,
Mostra-me a causa, mostra-me o remedio:
Tu tiveste-as tambem, já não te avexam.
Mostra-me por que modo as terminaste.
Talvez do que te digo farás mofa...
Ah! vê que por meus labios a innocencia
Comtigo é quem se exprime; tem dó d′ella,
E se os meus sentimentos são culpaveis,
Dize-m′o, que abafados em meu peito
Serei victima d′elles; se extinguil-os
Os meus esforços todos não poderem,
Comigo hão de morrer, findar comigo.