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A ARRABIDA.


I.


Salve, oh valle do sul, saudoso e bello!
Salve, oh patria da paz, deserto sancto,
Onde não ruge a grande voz das turbas!
Sólo sagrado a Deus, podesse ao mundo
O poeta fugir, cingir-se ao ermo,
Qual ao freixo robusto a fragil hera,
E a romagem do tumulo cumprindo,
Só conhecer, ao despertar na morte,
Essa vida sem mal, sem dôr, sem termo,
Que íntima voz contínuo nos promette
No transito chamado o viver do homem.