DEUS.
Nas horas do silencio, á meia-noite,
Eu louvarei o Eterno!<poem>
Ouçam-me a terra, e os mares rugidores,
E os abysmos do inferno.<poem>
Pela amplidão dos céus meus cantos sôem,
E a lua resplendente<poem>
Pare em seu gyro, ao resoar nest’harpa
O hymno do Omnipotente.
<poem>
Antes de tempo haver, quando o infinito
Media a eternidade,<poem>
E só do vacuo as solidões enchia
De Deus a immensidade,<poem>
Elle existia, em sua essencia involto,
E fóra delle o nada: