— 109 —
—Tela formosa
Das mãos divinas.
Ora serena,
Pairando a flux,
Esmaltes mostra
Do brilho á luz.
Ora nas aguas
Boiando vae,
Qual folha secca
Que ao vento cahe
Ao vir da aurora
Vai do jasmim
Beijar a cutis
D’alvo setim.
Ao cravo, á rosa
Afagos presta,
—Que a aragem sopra,
E o sol recresta.
Ao pôr da tarde
Pousa em delirio
Nas tenras folhas
Do roixo lyrio.
E o fragil corpo
Em somno brando
Que embala a brisa,
Que vem soprando.
Alivio encontra
Na solidão
Até que d’alva
Rompa o clarão.