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Era um Archanjo
De aereo sonho,
No ar perdeu-se
Ledo e risonho.

Laura formosa
No leito estava,
Dos meus lamentos
Só desdenhava.

Já a luz do dia
Renasce além,
De balde espero,
Laura não vem.

Não teem meus versos
Belleza tanta,
Que ouvil-os possa
Quem tudo encanta.

N'aquelle peito
De olente flor,
Paixoens não entram,
Não entra amor.

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Era uma estatua—exemplo de belleza,
E como ella de marmor tinha o peito!