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Página:Primeiras trovas burlescas de Getulino (1904).djvu/200

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SAUDADES DO ESCRAVO

Escravo—não, não morri
Nos ferros da escravidão;
Lá nos palmares vivi,
Tenho livre o coração !
Nas faces ensanguentadas
Sinto as torturas de cá;
D'este corpo desgraçado
Meu espirito soltado
Não partiu—ficou-me lá !...

N’aquellas quentes areias
N’aquella terra de fogo,
Onde livre de cadeias
Eu corria em desafogo. . .
Lá nos confins do horisonte
Lá nas planicies. . . nos montes. . .
Lá nas alturas do ceo. . .