Se temos Deputados, Senadores,
Bons Ministros, e outros chuchadores;
Que se afferram ás tetas da Nação
Com mais sanha que o tigre, ou que q Leão;
Se jà temos calçados — mac-lama,
Novidade que esfalfa a voz da Fama,
Blasonando as gazettas — que ha progresso,
Quando tudo caminha p’ra o regresso:
Não te espantes, ó Leitor, da pepineira,
Pois que tudo no Brasil è chucliadeira!
Se contamos vadios empregados,
Porque sam das potencias afilhados,
E succumbe, á matróca, abandonado,
O homem do criterio, que è honrado;
Se temos militares de trapaça,
Que da guerra jámais viram fumaça,
Mas que empolgam chistosos ordenados,
Que ao povo, sem sentir sam arrancados:
Não te espantes, ó Leitor, da pepineira,
Pois que tudo no Brasil è chucliadeira!
Se faz opposição o Deputado,
Com discurso medonho, enfarruscado;
E pilhando a maminha da lambança
Descrepa do papel, e faz mudança;
Se esperto capadocio ou maganão,
Alcança de um jornal a redacção,
E com quanto não passe de um birbante,
Vai fisgando o metal aurisonante:
Nao te espantes, ó Leitor, da pepineira,
Pois que tudo no Brasil é chuchadeira!
Se a guarda que se diz — Nacional,
Tambem tem caixa-pia, ou muzical,
E da qual o dinheiro se evapora,
Como o — Mal — da bocêta de Pandora;
Se depois por chamar nova pitança,
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Aspeto
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