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Se ardente campeão da liberdade,
Apregoa dos povos a igualdade,
Libellos escrevendo formidaveis,
Com phrases da peçonha impenetraveis:
Já do Céo perscrutando alta eminencia,
Abandona os tropheos da intelligencia;
Ao som d’argem se curva, qual vilão
O nome vende, a gloria, a posição:
E’ que o sabio, no Brasil, só quer lambança
Onde possa empantufar a larga pança!
E se eu, que amigo sou da patuscada,
Pespego no Leitor esta maçada;
Que já sendo avesado ao soffrimento,
Bonachão se tem feito e pachorrento;
Se por mais que me esforce contra o vicio
Desmontar não consigo o artificio;
E quebrando a cabeça do Leitor
De um tarélo não passo, ou fallador;
E’ que tudo que não cheira a pepineira
Logo taxam de maçante frioleira.