Quem resiste ao bom tabaco,
Quer do binga quer de caco?!
Toma o menino de escola,
Para ter fresquinha a bola;
Toma o rude lavrador,
Toma o sabio professor:
Velhos lentes jubilados
Pelos annos alquebrados,
O vagaroso porteiro
Os vigarios, o sineiro.
Toma o mestre de francez,
O de latim, o de inglez,
O boçal qu’inda é caloiro.
Que o tomar não è desdoiro;
Veteranos, bachareis,
Secretarios e bedeis,
Directores de collegios,
Apezar dos privilegios;
Tambem toma, por mania,
O que explica geometria.
E narizes tem-se visto,
Com prosapias de resisto,
Que chupitam n’um momento,
De tabaco bolorento,
Duas libras, bem pesadas,
Embutidas por pitadas.
A pitada é cousa grande,
Vem de engenho sublimado,
E’ capaz de tirar monco
Do nariz mais confiado.
Não tem bom gosto,
Quem fero, altivo,
Se mostra esquivo
A’ pitadinha;
Que é cousa santa,
Contra azedumes,
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