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QUINCAS BORBA

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QUINCAS BORBA

pela causa dada. Não querendo obedecer nem desobedecer, cuidava em deixar a cidade, pretextando o que quer que fosse. — A culpa foi minha! suspirou ella comsigo. A culpa eram as attenções especiaes com o homem, carinhos, lembranças, obséquios familiares, e, na véspera, aquelles olhos tão longamente pregados . nelle... Se não fosse isso... Ia-se assim perdendo em reflexões' multiplicadas. Tudo a aborrecia, plantas, moveis, uma cigana que cantava, um rumor de vozes, na rua, outro de pratos, em casa, o andar das escravas, e até um pobre preto velho que, em frente á casa delia, trepava com difnculdade um pedaço de morro. As cautellas do preto boliam-lhe com os nervos.

CAPITULO LII

Nisto passou um rapaz nlto, que a cortejou sorrindo e vagarosamente. Sophia cortejou-o também, um pouco espantada da pessoa e da acção. — Quem é este sujeito? penseu ella. E entrou a cogitar donde é que o conhecia,porque, em verdade, a cara não lhe era extranha, nem as maneiras, nem os olhos plácidos e grandes. Onde é