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bonitos, fitando-os ora no marido. ora no interlocutor.

— Vae ficar na Côrte ou volta para Barbacena? perguntou o Palha no fim de vinte minutos de conversação.

— Meu desejo é ficar, e fico mesmo, acudiu Rubião; estou cançado da provincia; quero gozar a vida. Póde ser até que vá á Europa, mas não sei ainda.

Os olhos do Palha brilharam instantaneamente.

— Faz muito bem; eu faria o mesmo, se pudesse; por agora, não posso. Provavelmente, já lá foi?

— Nunca fui. É por isso que tive cá umas idéas, ao sahir de Barbacena; ora adeus! é preciso a gente tirar a morrinha do corpo. Não sei ainda quando será; mas hei de...

— Tem razão. Dizem que ha lá muito cousa explendida; não admira, são mais velhos que nós; mas lá chegaremos; e ha cousas em que estamos a par delles, e até acima. A nossa Côrte, não digo que possa competir com Paris ou Londres, mas é bonita, verá...

— Já vi.

— Já?

— Ha muitos annos.