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Página:Raios de extincta luz (Antero de Quental, 1892).djvu/79

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N'UMA NOITE DE PRIMAVERA


(DO POEMA VASCO)


1.º FRAGMENTO



Esta quadra d'amor quanto nos punge,
Com tão doce pungir! Como sorrindo
Nos mata de desejos; nos esmaga
Sob o peso infinito dos anhelos,
Que esta vida e mil outras não fartaram!
Esta quadra d'amor, com seus sorrisos,
Quanto nos punge o peito, ai, quanto mata!

Tal é a essencia do Amor; tal Deus ha posto
Um veneno no mal, na flôr um áspide!
Prazer e dôr, sereis talvez um unico,