— Melhor, disse ela com uma voz tão fraca que parecia um suspiro.
— Deveras melhor?
Raquel fez um gesto de indiferença e não respondeu.
— Vamos lá, não desanime, disse Félix, e sobretudo não faça entristecer seus pais, que lhe querem tanto.
Félix examinou a doente, fazendo-lhe algumas perguntas, a que ela debilmente respondia. Quando ele cessou de a interrogar, a moça murmurou:
— Morro, não é?
— Não, disse Félix, não há de morrer, não deve morrer. Tem ainda vida larga, mas é preciso ânimo.
Raquel fez um gesto de quem não acreditava nas boas palavras do médico, e voltou os olhos para a mãe. D. Matilde tinha os seus cravados em Félix, como se lhe quisesse ler no rosto a sentença da filha. A doente pareceu adivinhar o pensamento, e disse com esforço:
— Por que não dá as suas consolações a mamãe?
A conferência não durou muito tempo. Félix