uns sorriam da inocente indiscrição do menino, outros observavam a viúva, ninguém reparava em Raquel.
A filha do coronel deixou imediatamente o piano. Viana lembrou então o passeio da chácara. Todos aceitaram o alvitre e saíram da sala. A espécie de acanhamento que a pergunta do menino deixara em todos, para logo desapareceu de alguns.
Lívia não saíra logo. A alguma distância repararam na falta dela, e Raquel propôs-se a ir buscá-la. Achou-a a abraçar e beijar o filho. Conquanto ela fosse mãe extremosa, não havia razão imediata para aquela explosão de ternura. Raquel estacou sem compreender nada.
A viúva olhou para ela conchegando o filho ao coração.
— Que queres? perguntou.
Raquel não respondeu. A pouco e pouco se lhe ia alumiando o espírito. Olhou longo tempo para ela, como se à força quisesse arrancar-lhe a explicação, que o seu coração pressentia. Enfim, pareceu adivinhar tudo.
— Ama-o então? perguntou ela com os lábios trêmulos.