— Li, respondeu Félix cravando nela um olhar que era a um tempo de simpatia e de pena. Li, e não sei se deva crer o que lá me diz.
— É a verdade.
— Mas então supõe...
— Que ela o ama; afirmo-lho.
— E que eu a amo também? perguntou com hesitação.
— Isso... creio, assentiu Raquel, abaixando os olhos.
Félix calou-se. Decorreram dois ou três minutos de silêncio. Raquel continha com dificuldade os movimentos do coração. Preferia estar a cem léguas dali, mas lembrava-se da outra e isso lhe dava ânimo.
O médico foi o primeiro que falou:
— Como sabe que ela me ama?
— Sei, respondeu Raquel sorrindo com afetação, e é quanto basta. Demais, nenhuma moça escreveria semelhante carta a um homem se não tivesse certeza do que afirmava. Só lhe peço uma coisa: destrua essa carta. Nada vale, mas eu não quisera que a conservasse.
Lívia aproximava-se; sentiram passos na escada de pedra. Raquel correu à porta, enquanto Félix