Dizendo isto, Luís Batista engoliu o resto, já frio, do café que tinha na xícara, acendeu de novo o charuto, e recostou-se na cadeira. Félix teve tempo de reassumir a atitude tranqüila que as últimas palavras de Batista lhe haviam alterado.
— Enfim, disse ele, que ligação há entre essa aventura e o pedido que me vai fazer?
— Toda, respondeu Batista; se ela não existisse, eu não viria pedir-lhe nenhum favor. O senhor sabe o que é um capricho de mulher amante; não ignora também que o menor desejo dela é uma ordem para o cavalheiro seu escolhido.
Félix fez um gesto afirmativo.
— Pois bem, continuou Batista. Estamos nesse caso. Ela é extremamente caprichosa, e mais ainda que caprichosa, é amante de coisas d'arte. Há dias fui achá-la aborrecida. Interroguei-a; nada me quis dizer. Pela conversa adiante falou-me duas ou três vezes numa gravura que vira na Rua do Ouvidor, e que o dono vendera quando ela lá voltou, disposta a comprá-la. O assunto era o mais ortodoxo possível: a israelita Betsabé