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Página:Revista do Brasil, 1921, anno VI, v XVI, n 61.pdf/93

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LUCIA
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— Disse que tinham apanhado uma bella minhoca ao pé da porteira mas que precisavam de mais gente para trazel-a.

— Emilia!... Você me bobeando!... exclamou a menina, desconfiada. Mas vou espiar, e si não fôr verdade você me paga!

E disparou em direcção da porteira. Procura que procura, achou logo á beirada dum tijuco uma pobre minhoca corcoveando com varias formiguinhas no lombo.

Teve vontade de libertar a prisioneira, mas a curiosidade de vêr o que acontecia foi maior, e lá deixou a minhoca entregue ao seu triste destino.

Novas formiguinhas foram chegando que, de um bote — zás — ferravam a minhoca duma vez. Não demorou muito e já eram mais de vinte. A minhoca, cançada de corcovear, foi molleando o corpo e acabou morrendo. As formiguinhas então começaram a arrastal-a para o formigueiro. Que custo! A bicha pesava umas

sete arrobas — arrobinhas de formiga — gorda que estava, de banha, e ia enganchando pelo caminho em quanto pedregulho ou capim havia; mas as carregadeiras, pacientes, davam volta a todos os embaraços e lá iam.

Afinal, depois de meia hora de trabalheira, deram com a minhoca em casa. Mas aqui nova atrapalhação. Não havia geito de recolher a minhoca inteira. E agora? Nisto appareceu a formiga mandona. Examinou o caso e deu ordem para que a picassem em doze pedacinhos.

Aquillo foi zás-tras. Em tres tempos, em vez de minhoca havia no chão uma duzia de roletes de carne. Cada lote de tres for-