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Página:Revista do Brasil, 1921, anno VI, v XVI, n 62.pdf/40

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LUCIA

— Temos aqui mel de flores de laranjeira, mel de flores de jaboticabeira, apanhado lá no sitio de dona Benta, e temos o mel Mil-Flores, que é colhido de todas as flores do campo.

— Quero o Mil-Flores, declarou a menina. E tambem um kilinho de cera, da branca, para a tia Anastacia.

— E quem leva é aqui a sua criada? perguntou a abelha, apontando para Emilia.

A boneca abespinhou-se toda, mas Narizinho corrigiu o engano da abelha:

— Dobre a lingua! Esta senhora não é minha criada, e sim a Excellentissima Senhora Dona Condessa da Perna-Secca, futura Marqueza de Rabicó.

A abelhinha curvou-se, arrastando as azas, num cumprimento amavel, e tratou de servir o mel.

Nesse momento appareceu Tom-Mix, guiando uma tropa de seis grillos arreados com cangalhas, e com ancorotes, aos quaes foi desenganchando e collocando em cima do balcão. A abelha meleira trouxe os potinhos de mel e esvaziou-os dentro dos barriletes. Em seguida, amassando os potes vazios, fez uma pelota de cera alvissima, que entregou á menina.

— Muito bem, disse esta, logo que viu tudo prompto. Podemos agora voltar.

Tom-Mix estalou a lingua e os grillos partiram aos saltos em
direcção á porta da rua, onde pararam, em fila, á espera
de que as senhoras cavalgassem.


( Illustrações de Voltolino )