Página:Rosa, rosa de amor.djvu/67

Wikisource, a biblioteca livre
60
VICENTE DE CARVALHO

Eu cheguei a suppôr que possivel me fosse
       Ser amada — e viver.
E’ tão facil a morte... Ai, seria tão doce
       Ser amada... e morrer!...

Ouve: conta-lhe tu que eu chorava, partindo,
       As lagrimas que vês...
Só conheci do amor que imaginei tão lindo,
       O mal que elle me fez.

Narra-lhe transe a transe a dor que me consome...
       Nem houve nunca egual!
Conta-lhe que eu morri murmurando o seu nome
       No soluço final!

Dize-lhe que o seu nome ensanguentava a bocca
       Que o seu beijo não quiz:
Golpha-me em sangue, vês? E eu, murmurando-o, louca!
       Sinto-me tão feliz!

Nada lhe contes, não... Poupa-o... Eu quasi o odeio,
       Occulta-lh’o! Senhor,
Eu morro!... Amava-o tanto... Amei-o sempre... Amei-o
       Até morrer... de amor.