tirou a aerostação do campo restrito dos inventores. Ditou moda, e as pessoas sonhavam em um dia poder voar como ele.
Diante das críticas de alguns colegas, Santos Dumont foi breve na resposta: “Se era tão fácil fazer o que fiz, por que me deixastes fazê-lo?”[1]. A indecisão do Aeroclube em conceder o prêmio a ele não o agradou. Na mesma tarde que foi dada a divulgação oficial do resultado, Santos Dumont encaminhou uma carta ao Aeroclube apresentando seu pedido de demissão em caráter irrevogável.
Agora, o único no mundo a conseguir controlar o vôo, Santos Dumont dedicou-se a realizar demonstrações. Após breve visita à Inglaterra, que queria vê-lo, aceitou o convite de Mônaco e para lá se dirigiu com o seu aparelho vencedor. Queria testá-lo sobre a água. Um hangar especialmente construído para abrigar o balão foi inaugurado com grande pompa. Os vôos sobre a água mostraram que a aeronave se comportava bem, conseguindo atingir a velocidade de 42 km/h, e Santos Dumont viu a possibilidade de utilização dos dirigíveis na guerra, chamando a atenção dos militares.
“Não podemos, entretanto, dissimular por mais tempo que se aproxima a hora em que os balões, transformados em engenhos militares, exercerão, no resultado das batalhas, uma grande, senão decisiva influência... Pelo que diz respeito ao seu emprego na guerra terrestre, a aeronave
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- ↑ Santos Dumont, Alberto. 1973. Os meus balões. Biblioteca do Exército Editora. Rio de Janeiro. 260pp. P. 195.19