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Página:Sonetos do Exilio, recolhidos por Um Brasileiro.pdf/31

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IV

Patria !



Aprovação nem-uma o Heróe divino
No drama da Paixão tentou forrar-se,
E na fronte a sangrar sentiu cravar-se
Duro espinho por mãos de algoz ferino.

Vaias do poviléo em desatino,
Sob o látego a carne a lacerar-se,
E, para o sacrificio consummar-se,
Na cruz a morte como escravo indino.

Porém a Virgem Sancta, alto sacrario,
Manda eternal poder que immune seja
De escárneos e baldões da grei malvada.

Deus, ó Deus ! tambem ’stou no meu Calvario:
E assim possa eu morrer antes que veja
A Patria, minha mãe, despedaçada!